sexta-feira, 17 de julho de 2009

Crepúsculo paulistano

Despenca a noite megalopolitana
Como as bolsas de valores,
Os misseis e os terrores.

Queda contagiosa, pandêmica
diagnosticada no décimo-segundo,
caindo com o reflexo de caras anêmicas.

As luzes acendem-se com o ódio
e a tristeza do trabalho inútil
tingindo as dores com neon e sódio.

Para cada passo, um maço
para cada olhar, um bar
cada rua conhecida,
uma amizade perdida
cada fachada sofrida,
uma paixão nunca vivida.

No topo, torpe espetáculo,
pulsa um coração visceral
encravado no pináculo
da torre ex-estatal

S.P. Junho de 2009

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