Eis o relato de um homem
fraco e desiludido,
cansado e combalido
diante de um mundo que
não consegue entender
e tão pouco fazer parte.
Um mundo no qual
o cinismo é a regra
e a incredulidade é a lei.
Um mundo em que o
individualismo é louvado
como a única saída,
onde palavras como ideologia,
fantasia e sinceridade
são apenas palavras empoeiradas
de músicas amaldiçoadas
em discos arranhados
esquecidos em algum porão.
Porão que as vezes
é visitado por algum incauto
que deixa se influenciar
por estas nobres (e ingenuas) idéias,
apenas para descobrir
que jamais será ouvido
muito menos compreendido.
Assim irá vivendo, amargurado,
sendo tolerado por ser
considerado inofensivo, ou talvez
porque seus ideais piegas
são uma fonte inesgotável de chacotas.
Mas não pense que acho-me nobre.
Dentre todos, sou o pior
sou apenas o eco deslocado
de sonhos fracassados
vindos de passado fraturado.
Pouco importa que eu considere
a causa pior que o efeito,
os meios mais importantes
do que os fins.
O que vale mesmo
é ser bem sucedido,
poderosos e intocáveis,
dane-se quantas cabeças rolarão
ou quanto sangue será derramado.
O que conta é seguir
o que a sociedade dita,
lixando-se para os sentimentos alheios ou
para as almas envolvidas.
Somente assim seremos cidadãos de bem
e nos tornaremos verdadeiros homens.
Afinal, não é esta a via dos homens?
SP, 2003
segunda-feira, 17 de setembro de 2007
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