quarta-feira, 3 de outubro de 2007

10h15, Domingo a noite

Ouvi dizer que São Paulo nunca dorme.
Mentira.
Numa noite chuvosa de domingo
a cidade dorme
tão profundamente
que até parece
morta.
Na T.V., programas familiares para pessoas solitárias.
No rádio, musicas românticas para indivíduos carentes.
Em minh’alma, uma procissão de idéias e nenhuma palavra.
Se tento expressá-las,
se tento penetrar no reino das palavras,
elas surgem apenas na condição
de serem herméticas,
solitárias,
mortas.
Mortas como esta noite,
mortas como eu,
que só me dou conta da vida
quando a sinto ausente.

S.P. Setembro de 2006

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